O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalizou na terça-feira (4) que a taxa básica de juros, a Selic, deve ser novamente elevada em 1 ponto percentual (p.p.) na próxima reunião, prevista para março.
A ata da última reunião, divulgada hoje, aponta que o cenário inflacionário de curto prazo continua desafiador, com o aumento nos preços dos alimentos pressionando a inflação. Caso esse quadro persista, a inflação deve ficar acima da meta por pelo menos os próximos seis meses.
Pressões Internas e Externas
A decisão de aumento da Selic, tomada na semana passada, elevando-a para 13,25% ao ano, foi justificada como necessária para a convergência da inflação para o centro da meta.
Em seu comunicado, o Copom apontou que a elevação da Selic é necessária para enfrentar as expectativas de inflação elevadas, que seguem acima da meta do governo. A inflação tem se mantido em níveis elevados, especialmente devido ao aumento nos preços de alimentos e serviços.
Além disso, o Comitê destacou que o mercado de trabalho continua aquecido e a demanda interna permanece alta, fatores que contribuem para o crescimento da inflação.
A pesquisa Focus, que coleta as expectativas de analistas econômicos, também indicou um aumento nas projeções de inflação para 2025 e 2026, o que reforça a necessidade de uma ação mais rigorosa para conter os preços.
O Comitê reafirmou que a política monetária mais apertada visa alinhar as expectativas de inflação à meta do governo e garantir a estabilidade econômica.
Impacto na Economia e no Crédito
Com a elevação da taxa de juros, o Copom busca desacelerar a atividade econômica e reduzir a demanda interna. Essa medida tende a impactar diretamente o crédito, tornando-o mais caro, o que pode desacelerar o consumo e os investimentos.
O aumento dos juros também deve afetar a inflação no curto prazo, especialmente nos preços de bens industrializados e serviços, que seguem acima do nível desejado.
No entanto, o Copom acredita que essa política será fundamental para controlar os preços no médio e longo prazo e assegurar o equilíbrio da economia.
Cenário Internacional
O Comitê também monitorou o cenário global, que continua incerto, com riscos vindos de fatores externos, como as flutuações do câmbio e a dinâmica econômica nos Estados Unidos.
O Copom afirmou que continuará acompanhando a evolução do cenário internacional e seus impactos sobre a economia brasileira, ajustando sua política monetária conforme necessário.
Perspectivas Futuras
O Copom indicou que a trajetória da taxa de juros dependerá da evolução da inflação e da atividade econômica nos próximos meses. Caso as pressões inflacionárias se mantenham, o Comitê poderá adotar novas medidas para garantir o controle dos preços.
A próxima reunião do Copom ocorrerá em dois meses, quando novas decisões sobre a taxa de juros poderão ser tomadas com base nos dados mais recentes.