Nesta segunda-feira (2), o diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Washington Willeman, reforçou a importância do Agroecol 2024, evento que chega à sua sétima edição entre os dias 4 e 6 de dezembro, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande.
Com o tema “Água e Clima: Direito à Vida”, o encontro reúne especialistas para discutir alternativas sustentáveis diante dos desafios climáticos e da necessidade de equilibrar produção agrícola e conservação ambiental.
Criado em 2002, o Agroecol se consolidou como um espaço estratégico para fomentar a agroecologia e a sustentabilidade no estado. Este ano, a escolha do tema reflete a urgência das questões ambientais.
“Mato Grosso do Sul enfrenta extremos climáticos, como secas prolongadas e chuvas excessivas, que comprometem a produção agrícola e os recursos hídricos. Precisamos pensar em formas de produzir sem esgotar o planeta”, destacou Willeman em entrevista.
Entre as soluções mencionadas, o diretor enfatizou o uso do plantio direto, técnica que preserva a umidade do solo e reduz a emissão de gases do efeito estufa. Ele também ressaltou o compromisso do estado com a meta de neutralidade de carbono até 2030. “A agroecologia é mais do que uma prática agrícola. Ela é uma estratégia para garantir a segurança alimentar em um cenário de mudanças climáticas”, pontuou.
Incentivo ao pequeno produtor e práticas inovadoras
Durante o evento, iniciativas voltadas à agricultura familiar serão amplamente debatidas. Para Willeman, o pequeno agricultor é peça-chave na promoção da sustentabilidade.
“Estamos incentivando sistemas integrados que combinam culturas agrícolas e florestais, como o cultivo de seringueiras com cacau ou milho. Esses métodos geram renda enquanto preservam nascentes e combatem o assoreamento dos rios”, explicou.
O diretor também mencionou programas como o Pró-Fertiliza, que subsidia o transporte de insumos agrícolas, e a distribuição gratuita de adubo orgânico, prevista para 2024. “Essas ações reduzem os custos de produção e alinham-se às metas de sustentabilidade. Além disso, são fundamentais para a resiliência do pequeno produtor diante das adversidades climáticas.”
Outro destaque são os avanços no crédito rural. Segundo Willeman, o montante destinado à agricultura familiar no estado aumentou de R$ 400 milhões para R$ 500 milhões neste ciclo.
“Cerca de 85% desse valor já foi aplicado, e 70% dos projetos foram conduzidos pela Agraer. O objetivo é fortalecer a produção sustentável e impulsionar a economia local.”
Agroecol: espaço para inovação e diálogo
Com uma programação diversificada, o Agroecol contará com mesas-redondas, palestras e cursos que exploram as conexões entre produção agrícola, mudanças climáticas e preservação ambiental. Universidades, centros de pesquisa e o governo estadual se unem para buscar soluções que conciliem inovação e sustentabilidade.
“A sétima edição do Agroecol é um marco para Mato Grosso do Sul. Estamos mostrando que é possível produzir com responsabilidade, pensando no futuro do planeta e das próximas gerações”, afirmou Willeman. Ele ressaltou que a preservação da água e do clima não é apenas uma preocupação local, mas um compromisso global que exige ações concretas.
Fonte: A Crítica