O Senado se prepara para votar nesta quarta-feira (11) o projeto que regulamenta a reforma tributária aprovada no Congresso em 2023. O relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM), apresentou nesta segunda-feira (9) seu parecer, que manteve isenções para itens da cesta básica e incluiu novas categorias na cobrança do Imposto Seletivo, popularmente chamado de “imposto do pecado”.
Principais pontos do imposto do pecado
O texto de Braga preserva mudanças feitas pela Câmara dos Deputados e introduz novas propostas. Entre os destaques estão:
- Cesta básica isenta: Carnes, peixes e frangos continuarão na lista de itens com alíquota zero nos novos tributos sobre consumo, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).
- Imposto Seletivo ampliado: Armas, munições e itens de plástico descartável foram adicionados à lista de produtos que sofrerão tributação extra, que já incluía cigarro, bebidas alcoólicas e açucaradas, além de veículos e bens minerais extraídos.
- Medicamentos com menor carga tributária: Remédios terão redução de 60% na alíquota padrão, com isenção para tratamentos oncológicos, doenças raras e DSTs, entre outros.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Impacto fiscal do imposto do pecado e período de transição
Os novos tributos sobre consumo substituirão cinco impostos atuais — PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS — ao longo de uma transição que termina em 2033. O Ministério da Fazenda estima que a alíquota padrão dos novos tributos será de 27,97%.
Para evitar aumentos excessivos na carga tributária, o projeto prevê uma “trava” que limita a alíquota geral a 26,5%, com revisões a cada cinco anos.
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Mudanças em setores específicos
O parecer também propõe:
- Carros para PCDs: Elevação do teto de isenção de impostos para R$ 200 mil, com atualização anual pela Tabela Fipe.
- Setor imobiliário: Reduções de alíquotas e mecanismos para beneficiar imóveis populares e aluguéis.
- Cashback social: Devolução parcial de tributos para famílias de baixa renda, incluindo serviços como energia elétrica e telecomunicações.
Próximos passos
O projeto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ser votado no plenário do Senado. Caso aprovado com alterações, o texto retornará à Câmara dos Deputados para revisão final, antes de seguir para sanção presidencial.
A aprovação deste projeto é considerada prioritária pelo governo, que busca consolidar as bases da reforma tributária ainda este ano.