Copom ajusta Selic para 12,25% e projeta novos aumentos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, ontem, quarta-feira, 11, um aumento de 1,00 ponto percentual na taxa Selic, que passou a 12,25% ao ano. A decisão reflete um esforço renovado para conter a pressão inflacionária em um ambiente de incertezas domésticas e internacionais.

No plano externo, as condições econômicas globais continuam complexas. A desaceleração da economia dos Estados Unidos e as medidas adotadas pelo Federal Reserve (Fed) geram reflexos importantes para mercados emergentes.

Bancos centrais ao redor do mundo permanecem firmes em seu objetivo de controlar a inflação, enfrentando um contexto de mercado de trabalho aquecido e pressões inflacionárias persistentes.

No Brasil, o cenário doméstico mantém sinais de dinamismo, com dados recentes do PIB apontando uma expansão acima do esperado. Entretanto, a inflação segue acima das metas estipuladas, com aumentos nos índices cheios e nos núcleos de preços nas divulgações mais recentes.

O Copom destacou que as expectativas de inflação para 2024 e 2025, conforme a pesquisa Focus, foram ajustadas para 4,8% e 4,6%, respectivamente.

A decisão de aumentar a taxa Selic ocorre em um contexto de risco elevado para a convergência da inflação às metas. Entre os fatores de preocupação estão a possibilidade de uma inflação de serviços mais resistente e uma taxa de câmbio mais depreciada.

Por outro lado, a desaceleração econômica global mais intensa do que o previsto poderia aliviar pressões inflacionárias, embora esse cenário ainda seja incerto.

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O que isso significa para o consumidor?

O aumento da taxa Selic para 12,25% ao ano tem impactos diretos no dia a dia dos consumidores e das empresas. Veja como isso pode influenciar diferentes aspectos da economia:

Para o consumidor:

  1. Juros mais altos nos financiamentos
    • Com o aumento da Selic, o custo do crédito também sobe. Isso significa que empréstimos, financiamentos de carros e casas, e até o uso do cartão de crédito ou cheque especial se tornam mais caros. Quem já possui dívidas pode enfrentar parcelas mais pesadas.
  2. Impacto nos preços e consumo
    • A alta dos juros é uma medida para conter a inflação, ou seja, desacelerar o aumento dos preços. No curto prazo, porém, os consumidores podem sentir uma redução no poder de compra e um incentivo para gastar menos, priorizando economias.
  3. Mais retorno para investidores conservadores
    • Por outro lado, aplicações de renda fixa, como CDBs, poupança e títulos do Tesouro Direto, tendem a oferecer rendimentos melhores. Para quem consegue poupar, essa pode ser uma oportunidade para melhorar os ganhos.

Para as empresas:

  1. Crédito mais caro
    • Assim como para os consumidores, o aumento da Selic encarece o crédito para as empresas. Isso pode desestimular novos investimentos, como ampliação de fábricas, aquisição de equipamentos ou contratações, especialmente para pequenos e médios negócios.
  2. Impacto na lucratividade
    • Empresas com dívidas podem enfrentar maiores dificuldades em manter a rentabilidade, já que o custo do financiamento aumenta. Setores que dependem de crédito, como construção civil e comércio varejista, são geralmente os mais afetados.
  3. Queda no consumo
    • Com os consumidores reduzindo gastos, as empresas podem sentir uma redução na demanda por produtos e serviços. Isso pode levar a ajustes na produção e, em alguns casos, até cortes de custos.

Expectativas

O Banco Central também tem monitorado os impactos das recentes sinalizações fiscais. O anúncio de medidas fiscais elevou os prêmios de risco e as expectativas de inflação, afetando a dinâmica do câmbio e de outros ativos financeiros. Essa combinação exige uma postura mais contundente da política monetária para mitigar os efeitos sobre os preços.

Ao justificar o ajuste na Selic, o Copom sinalizou que poderá adotar novos aumentos de igual magnitude em suas próximas reuniões, dependendo da evolução dos indicadores econômicos.

O objetivo central é garantir a estabilidade dos preços, mas o Copom ressaltou que a política monetária também busca reduzir oscilações na atividade econômica e fomentar o pleno emprego.

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