Mercado eleva projeção da Selic para 14% em 2025 após sinalização do BC de novos ajustes

Selic – Com aumento mais agressivo na última reunião do Copom, juros devem subir mais duas vezes no início do próximo ano

Após o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreender o mercado com uma alta de um ponto percentual na taxa Selic na última semana, analistas revisaram suas projeções e passaram a estimar os juros em 14% ao ano para 2025. O ajuste mais firme na política monetária reflete a preocupação do Banco Central com a persistência da inflação e o cenário fiscal incerto.

De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (16), a expectativa anterior, que apontava uma Selic de 13,5% no próximo ano, foi elevada em meio à indicação de que o Banco Central seguirá com o aperto monetário.

O documento sugere que a taxa básica de juros deve ter mais dois aumentos de um ponto percentual, cenário que coloca a Selic em 14% ao ano já no primeiro semestre de 2025.

O movimento mais agressivo foi justificado pelo aumento das pressões inflacionárias e pelo quadro fiscal ainda indefinido. O Banco Central condiciona a retomada da confiança econômica à aprovação das medidas fiscais propostas pelo governo, que devem ser votadas pelo Congresso até o fim deste ano. Caso isso não ocorra, a pressão sobre os juros pode se intensificar.

Projeções de inflação e câmbio

A escalada nos juros veio acompanhada de uma leve revisão para cima das estimativas de inflação. O mercado agora espera uma alta de 4,89% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024, contra os 4,85% projetados na semana passada.

Para 2025, a projeção passou de 4,59% para 4,60%, consolidando a percepção de que a inflação continuará acima da meta estipulada pelo BC.

No mercado de câmbio, o dólar também foi pressionado. A cotação subiu de R$ 5,95 para R$ 5,99, em resposta ao ambiente de maior cautela. Para 2025, os analistas ainda preveem uma queda moderada, com o dólar recuando para R$ 5,85, embora o valor siga acima das projeções anteriores.

Crescimento econômico

Por outro lado, as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 foram revisadas positivamente, passando de 3,39% para 3,42%.

O avanço é sustentado principalmente pelo desempenho robusto de setores como a indústria e a construção civil, impulsionados por programas de investimento do governo e pelo consumo das famílias. Para 2025, no entanto, as projeções de crescimento permanecem estáveis, sinalizando que os juros elevados podem desacelerar a economia.

O cenário traçado pelos analistas reflete um momento de atenção: enquanto o Banco Central sinaliza comprometimento com o combate à inflação, o mercado ajusta suas expectativas, prevendo uma Selic em 14% ao ano como ferramenta principal para controlar os preços e reduzir os riscos econômicos.

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