Dólar sobe a R$ 6,17 mesmo com leilão do Banco Central; mercado atento a cenário fiscal e juros

Dólar sobe a R$ 6,17 mesmo com leilão do Banco Central; mercado atento a cenário fiscal e juros

O dólar comercial iniciou a terça-feira (17) em alta, alcançando R$ 6,17 no meio da manhã, mesmo após intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. O movimento reflete a preocupação dos investidores com o cenário fiscal do país e a expectativa de novas elevações na taxa de juros.

Na segunda-feira, a moeda norte-americana já havia fechado com valorização de 0,99%, cotada a R$ 6,09, o maior patamar nominal desde o início da série histórica. O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou o pregão em queda de 0,84%, aos 123.560 pontos.

Cenário econômico

O mercado financeiro segue atento às incertezas envolvendo o pacote fiscal apresentado pelo governo ao Congresso. As propostas, que buscam reduzir os gastos públicos e controlar o crescimento da dívida, ainda não foram votadas, e há receios de que parte das medidas seja desidratada durante as negociações com parlamentares.

O governo estima economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos com o pacote e, até 2030, o valor total pode alcançar R$ 375 bilhões. Contudo, analistas avaliam que a falta de clareza no processo e a proximidade do recesso legislativo têm ampliado as preocupações sobre o quadro fiscal.

Além disso, a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) reforçou a sinalização de novas altas na taxa básica de juros, a Selic, que foi recentemente elevada de 11,25% para 12,25% ao ano. O documento destacou que a pressão inflacionária e a valorização do dólar exigem uma política monetária mais restritiva para conter a alta dos preços.

Atuação do Banco Central

Para tentar conter a disparada do dólar, o Banco Central realizou mais um leilão de venda à vista de dólares nesta manhã, ofertando cerca de US$ 1,27 bilhão ao mercado. A ação trouxe alívio momentâneo, mas não foi suficiente para segurar a moeda americana, que voltou a subir logo em seguida.

Especialistas explicam que as intervenções do BC funcionam como um freio temporário, mas não resolvem as causas estruturais por trás da valorização do dólar, como o cenário fiscal incerto e a fuga de capital estrangeiro.

Impactos nos mercados

Com a alta do dólar, a inflação pode sofrer pressão adicional, já que o câmbio elevado aumenta o preço de produtos importados e commodities, como petróleo e grãos. Essa dinâmica é motivo de preocupação para o Banco Central, que monitora de perto o repasse do câmbio para os preços ao consumidor.

No mercado acionário, o Ibovespa abriu o dia com leve recuperação, subindo 0,09% no início do pregão, mas o avanço ainda é tímido diante das perdas recentes. O desempenho da Bolsa segue influenciado pela cautela dos investidores em relação ao cenário econômico interno e às incertezas globais.

Expectativas

Os próximos dias serão decisivos para a trajetória do dólar e dos mercados financeiros no Brasil. A votação do pacote fiscal no Congresso e os desdobramentos das políticas de juros devem continuar influenciando os preços dos ativos. Caso as medidas do governo avancem sem grandes mudanças, pode haver uma melhora no humor dos investidores.

Enquanto isso, o dólar mantém o fôlego e segue como reflexo das preocupações com o equilíbrio das contas públicas e o ambiente de maior aversão ao risco no cenário global.Dólar sobe a R$ 6,17 mesmo com leilão do Banco Central; mercado atento a cenário fiscal e juros

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