O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,16% em janeiro, a menor variação para o mês desde 1994, início do Plano Real.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 4,56%, abaixo dos 4,83% registrados no fim de 2024.
A principal influência para a desaceleração foi a queda de 14,21% na energia elétrica residencial, que impactou negativamente o índice em 0,55 ponto percentual.
Segundo o IBGE, a redução ocorreu devido ao Bônus de Itaipu, creditado nas faturas de janeiro. O grupo Habitação, que inclui energia elétrica, registrou recuo de 3,08%, exercendo o maior impacto de baixa no índice.
Transportes e alimentação apresentam alta
O grupo Transportes teve aumento de 1,30%, impulsionado pelas passagens aéreas (10,42%) e pelo ônibus urbano (3,84%).
O setor de Alimentação e bebidas registrou alta de 0,96%, marcando o quinto mês seguido de aumento. Produtos como cenoura (36,14%), tomate (20,27%) e café moído (8,56%) tiveram elevações, enquanto batata-inglesa (-9,12%) e leite longa vida (-1,53%) apresentaram queda.
A alimentação fora de casa desacelerou, passando de 1,19% em dezembro para 0,67% em janeiro. O preço do lanche subiu 0,94% e o da refeição, 0,58%, ambos com variação inferior ao mês anterior.
Variação regional dos preços
A inflação variou entre as regiões. Aracaju teve a maior alta do mês (0,59%), impulsionada pelo aumento das passagens aéreas (13,65%).
Em Rio Branco, houve a maior queda (-0,34%), influenciada pelo recuo de 16,60% na energia elétrica residencial. Goiânia (-0,03%), Porto Alegre (-0,03%), São Luís (-0,08%) e Curitiba (-0,09%) também registraram quedas.
INPC tem variação nula
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, ficou estável em janeiro, com variação de 0,0%. O acumulado em 12 meses recuou para 4,17%, ante 4,77% no período anterior.
Os preços de alimentos no INPC desaceleraram de 1,12% em dezembro para 0,99% em janeiro. Os produtos não alimentícios tiveram queda de 0,33%.
A maior alta regional foi em Salvador (0,47%), impulsionada pelo aumento da tarifa de ônibus urbano (6,00%), enquanto a maior queda ocorreu em Rio Branco (-0,49%), reflexo da redução na energia elétrica.
Expectativa para os próximos meses
Especialistas avaliam que a tendência para os próximos meses dependerá de fatores como reajustes em serviços e combustíveis. O IBGE divulgará o resultado do IPCA de fevereiro no dia 12 de março.