O Brasil caiu no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024, divulgado pela Transparência Internacional, alcançando a 107ª posição entre 180 países.

Com 34 pontos, o país viu sua nota piorar em relação ao ano anterior, quando ocupava o 104º lugar com 36 pontos. Este é o pior resultado desde o início da série histórica do ranking, em 2012, quando o Brasil estava na 69ª colocação com 43 pontos.

O Índice de Percepção da Corrupção é composto por pesquisas realizadas por diversas organizações internacionais, que avaliam a percepção de corrupção no setor público com base na opinião de especialistas e do mercado.

A pontuação vai de zero a 100, sendo que quanto menor a nota, maior a percepção de corrupção. A média global de 2024 foi de 43 pontos, enquanto a média da América Latina ficou em 42 pontos.

A Transparência Internacional apontou diversos fatores para a queda do Brasil no ranking. Entre eles, destacam-se o “silêncio” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a agenda anticorrupção, a falta de transparência em projetos como o Novo PAC e a crescente ingerência política na Petrobras.

A entidade também mencionou a influência do crime organizado em instituições estatais como um fator agravante.

O desempenho do Brasil foi pior do que o de outros países da América Latina, como o Uruguai, Chile e Costa Rica, que figuram entre os melhores colocados da região.

A Argentina, com 37 pontos, está próxima do Brasil no ranking, enquanto outros países como Peru, Equador e Bolívia estão atrás.

A Controladoria-Geral da União (CGU) comentou a queda no ranking em 2023, sugerindo cautela na interpretação dos dados, pois o IPC é baseado em percepções e não em dados concretos.

A CGU também destacou que segue trabalhando para identificar e corrigir riscos de corrupção no governo.