O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou preocupação com a alta no preço dos alimentos e afirmou que pretende convocar uma reunião com atacadistas para discutir soluções que possam reduzir o impacto dos custos sobre os consumidores.
Em declaração nesta quinta-feira (20), Lula classificou como “absurdo” o aumento no valor de itens básicos, como ovos, café e carne, e garantiu que o governo está empenhado em conter a escalada de preços.
“O preço vai baixar. Temos que encontrar um caminho para que os alimentos voltem a um patamar compatível com o poder de compra da população. Quando me disseram que uma caixa de ovos com 30 unidades chegou a custar R$ 40, eu considerei um absurdo. Vamos sentar com os atacadistas para entender o que pode ser feito”, afirmou o presidente.
A preocupação de Lula ocorre em um momento de pressão inflacionária no setor alimentício. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a inflação acumulada no grupo “Alimentação e Bebidas” atingiu 7,69% em 12 meses, percentual superior ao índice geral de 4,83%.
A alta no preço dos alimentos tem impactado especialmente as famílias de baixa renda, que destinam maior parte do orçamento para a alimentação.
Entre os fatores apontados pelo presidente para a elevação dos preços, estão as condições climáticas adversas, como ondas de calor, chuvas intensas e queimadas, além da crise da gripe aviária nos Estados Unidos, que afetou a oferta de produtos no mercado internacional.
“A gente vem de um período difícil, com fenômenos climáticos extremos que prejudicaram a produção. Mas estamos trabalhando para reverter esse quadro”, destacou.
O governo aposta na colheita da safra de 2025 como um fator para aliviar a pressão sobre os preços.
Projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a produção agrícola deve crescer 8,3% este ano, atingindo um recorde de 322,47 milhões de toneladas de grãos, com destaque para a soja e o milho. A expectativa é que essa oferta maior contribua para estabilizar o mercado interno.
Lula reforçou que o governo não cogita adotar o tabelamento de preços, mas aposta no diálogo com o setor empresarial e em medidas econômicas para conter a inflação.
“O preço da carne começou a cair, e vamos continuar trabalhando para que a população volte a consumir sua picanha, sua costela. Queremos que os brasileiros tenham acesso aos alimentos de qualidade sem comprometer o orçamento familiar”, concluiu o presidente.
A alta no preço dos alimentos se tornou um dos principais desafios econômicos do governo, e as próximas medidas devem ser decisivas para conter os impactos sobre o custo de vida dos brasileiros.