O ensino superior em Mato Grosso do Sul apresentou um crescimento expressivo nos últimos 22 anos. Dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que a proporção de pessoas com 25 anos ou mais que concluíram a graduação aumentou de 6,8% em 2000 para 19,8% em 2022.
O avanço representa um crescimento de 191% e reforça a tendência de maior qualificação da população.
Apesar dos avanços, a pesquisa também expôs dificuldades no acesso à educação infantil. A taxa de matrícula de crianças de 0 a 3 anos no estado ficou em 33,5%, um dos índices mais altos do país, mas ainda distante da meta de 50% estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE).
Já entre crianças de 4 a 5 anos, a frequência escolar atingiu 80,3%, número abaixo do ideal para garantir a universalização do ensino nesta faixa etária.
Aumento da escolarização por faixa etária
O levantamento mostra crescimento na escolarização em todas as idades até os 24 anos. O maior avanço foi entre crianças de 4 a 5 anos, cuja taxa passou de 34,5% para 80,3%. Outros números relevantes incluem:
- 6 a 14 anos: 98,1% de escolarização, próximo à universalização;
- 15 a 17 anos: 82,8%, quarta menor taxa do país;
- 18 a 24 anos: 28,8%, ocupando a 12ª posição nacional;
- 25 anos ou mais: 7%, sétima maior taxa do Brasil.
Os dados também revelam que as mulheres apresentam maior frequência escolar em quase todas as idades, exceto na faixa de 6 a 14 anos, onde os homens lideram por uma pequena margem.
Disparidades entre municípios
A escolarização varia de forma significativa entre os municípios do estado. Chapadão do Sul registra a maior taxa de matrícula para crianças de 0 a 3 anos (59,2%), enquanto Corguinho tem a menor (6,1%). Entre crianças de 4 a 5 anos, Batayporã lidera com 97%, e Rochedo apresenta a menor taxa (53,5%).
No ensino médio, Bonito tem o pior índice de escolarização para jovens de 15 a 17 anos (62,4%), enquanto Inocência lidera com 92,7%. Entre os adultos de 25 anos ou mais, Ladário possui a maior taxa de ensino superior (17,9%), e Santa Rita do Pardo registra o menor percentual (0,8%).
Educação indígena apresenta índices críticos
A população indígena enfrenta os menores índices de escolarização em Mato Grosso do Sul. Apenas 8,7% das crianças indígenas de 0 a 3 anos frequentam creche ou pré-escola.
Na faixa etária de 15 a 17 anos, a taxa de escolarização é de 74,7%, colocando o estado na 24ª posição nacional. Entre os indígenas de 18 a 24 anos, apenas 25,7% estão matriculados em alguma instituição de ensino.
Expansão do ensino superior em Mato Grosso do Sul
Segundo o Censo 2022, Mato Grosso do Sul contabiliza 366.249 pessoas com ensino superior completo. As mulheres representam a maioria desse grupo, com 65,7%, enquanto os homens correspondem a 34,3%. Entre os cidadãos de 25 anos ou mais, 22,9% das mulheres possuem diploma universitário, contra 16,4% dos homens.
Os municípios que mais se destacam no ensino superior são:
- Campo Grande – 26,67%
- Dourados – 24,31%
- Chapadão do Sul – 22,97%
- Três Lagoas – 19,98%
- Naviraí – 19,28%
Já os municípios com menores taxas de ensino superior são:
- Tacuru – 7,3%
- Miranda – 7,51%
- Coronel Sapucaia – 8,01%
- Santa Rita do Pardo – 8,67%
- Nova Alvorada do Sul – 8,86%
Saúde: relação habitantes/médico se destaca no país
Além dos avanços na educação, Mato Grosso do Sul também se sobressai na formação de profissionais da saúde. O estado tem a quinta melhor relação habitantes/médico do Brasil, com um profissional para cada 331,7 pessoas. Esse índice coloca MS atrás apenas do Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.