A Ucrânia concordou em aceitar a proposta de cessar-fogo de 30 dias feita pelos Estados Unidos, após intensas negociações que aconteceram em Jeddah, na Arábia Saudita.
Mas o que isso realmente significa para o futuro do conflito? Vamos explicar os detalhes.
O cessar-fogo, que envolve uma pausa nos combates tanto na linha de frente quanto no céu e no mar, foi uma proposta direta dos EUA, com o objetivo de abrir caminho para negociações mais profundas e, finalmente, um fim para a guerra que já dura três anos.
Essa proposta é um passo significativo, especialmente porque os Estados Unidos haviam interrompido o envio de apoio militar à Ucrânia no começo de março, mas agora prometeram retomar o compartilhamento de inteligência e ajuda de segurança.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que a proposta visa parar os disparos e criar um ambiente de diálogo.
“A única maneira de terminar a guerra é por meio de negociações, e para que isso aconteça, os disparos precisam parar“, disse ele, deixando claro que a ideia é garantir um fim duradouro para o conflito.
A Reação da Ucrânia e o Próximo Passo
A Ucrânia, por sua vez, está de acordo com o cessar-fogo. O presidente Volodymyr Zelensky já se manifestou e disse que o país está pronto para a paz, mas a expectativa é que a Rússia também aceite a proposta. Zelensky destacou que, agora, a responsabilidade está do lado russo:
“A Ucrânia está pronta para a paz. Agora, é a Rússia que precisa mostrar se está disposta a parar a guerra“, afirmou ele em um vídeo após a reunião.
Esse é o ponto-chave. A Ucrânia aceitou a proposta dos EUA, mas sem a colaboração da Rússia, o cessar-fogo não será eficaz. Ou seja, a comunidade internacional está aguardando a resposta de Moscou para entender o que acontecerá a seguir.
Será que a Rússia concordará em parar os combates? É essa a grande dúvida.
O Papel da Comunidade Internacional
As reações dos líderes globais começaram a aparecer. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressaram apoio à proposta, dizendo que esse pode ser um passo importante para alcançar uma paz duradoura na região.
A expectativa é de que, se a Rússia aceitar a proposta, isso poderia abrir caminho para um acordo de paz mais amplo.
A situação é tensa, e muitos países estão atentos aos próximos movimentos. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também se mostrou otimista e destacou a importância de se alcançar uma paz segura e duradoura o mais rápido possível. A “bola agora está com a Rússia”, como ressaltou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
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O que está em jogo?
É importante lembrar que o conflito na Ucrânia começou em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia, e se intensificou em 2022, com a invasão em grande escala.
Desde então, a Ucrânia tem lutado, com o apoio militar dos EUA e aliados europeus, para defender seu território. Atualmente, a Rússia ocupa uma parte significativa do país, principalmente no leste e sul.
A Ucrânia, no entanto, sempre deixou claro que um acordo de paz precisa envolver a retirada das tropas russas de todas as áreas que ocupam, incluindo a Crimeia.
A questão é que, enquanto os ucranianos buscam esse retorno às fronteiras anteriores a 2014, a Rússia quer que as regiões ocupadas sejam reconhecidas como parte de seu território, o que torna as negociações ainda mais complexas.
E agora?
Se a Rússia aceitar a proposta de cessar-fogo, poderemos estar dando um passo importante para a paz. Mas, por enquanto, ainda não há garantias. Todos aguardam ansiosos pela resposta do Kremlin.
O que se espera agora é que, com essa nova proposta, seja possível criar uma janela para negociações que possam, finalmente, pôr fim ao sofrimento da população ucraniana e restabelecer a paz na região.
Fonte: BBC