STF mantém Dino, Zanin e Moraes em julgamento contra Bolsonaro

STF forma maioria para manter Dino, Zanin e Moraes no julgamento da denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino no julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado.

A decisão garante que a análise do caso permaneça na Primeira Turma da Corte, que julgará a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) na próxima terça-feira (25).

A defesa de Bolsonaro e dos generais Walter Braga Netto e Mário Fernandes havia apresentado recursos para afastar os três magistrados, alegando parcialidade.

No entanto, a maioria dos ministros rejeitou os pedidos em votação realizada no plenário virtual, sistema no qual os votos são registrados online, sem debate presencial. O julgamento dos recursos termina na noite desta quinta-feira (20).

Tentativa de afastamento de ministros

Os advogados do ex-presidente argumentaram que Zanin e Dino já atuaram em processos contra Bolsonaro anteriormente, o que, segundo eles, comprometeria a imparcialidade.

Além disso, pediram que o julgamento ocorresse no plenário completo do STF, composto por 11 ministros, e não na Primeira Turma, que conta com apenas cinco integrantes.

No caso de Moraes, a defesa alegou suspeição, pois o ministro teria sido um dos alvos da suposta trama golpista. O argumento também foi rejeitado.

Com a decisão, os pedidos de impedimento foram negados pelos seguintes ministros:

  • Contra o afastamento de Flávio Dino: Barroso, Moraes, Gilmar Mendes, Zanin, Toffoli, Fachin e Cármen Lúcia.
  • Contra o afastamento de Cristiano Zanin: Barroso, Moraes, Gilmar Mendes, Dino, Toffoli, Fachin e Cármen Lúcia.
  • Contra a suspeição de Moraes: Barroso, Gilmar Mendes, Zanin, Dino, Toffoli, Fachin e Cármen Lúcia.

A denúncia contra Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República acusa Bolsonaro e 33 aliados de integrarem uma organização criminosa para tentar impedir o cumprimento do resultado das eleições presidenciais de 2022.

Segundo a denúncia, a suposta tentativa de golpe começou em 2021, com ataques sistemáticos ao sistema eletrônico de votação, discursos públicos de deslegitimação do processo eleitoral e articulações dentro do governo para interferir na transição de poder.

Entre os denunciados, além de Bolsonaro, estão ex-ministros, militares e ex-diretores de órgãos estratégicos, como:

  • Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil),
  • Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional),
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça),
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa),
  • Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin),
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência),
  • Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha).

A PGR aponta que o grupo mobilizou forças de segurança para impedir a votação de opositores, pressionou o Alto Comando do Exército para intervir no processo eleitoral e elaborou minutas que cogitavam a prisão de ministros do STF.

Entre os crimes listados na denúncia estão:

  • Organização criminosa armada,
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito,
  • Golpe de Estado,
  • Dano qualificado ao patrimônio da União,
  • Deterioração de patrimônio tombado.

O que acontece agora?

Caso a Primeira Turma do STF aceite a denúncia, Bolsonaro e os demais acusados se tornarão réus, e o processo seguirá para a fase de instrução, com coleta de provas e depoimentos.

A decisão pode marcar um dos momentos mais críticos da trajetória do ex-presidente e de seus aliados, com possíveis desdobramentos políticos e jurídicos.

O julgamento está marcado para a próxima terça-feira (25), e a expectativa é de que a Corte finalize a análise da denúncia ainda neste semestre.

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