A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão trouxe avanços comerciais, incluindo a venda de aviões da Embraer e novos acordos de cooperação. No entanto, o etanol e a carne bovina brasileira seguem sem acesso ao mercado japonês, um dos principais desafios da agenda econômica entre os dois países.
Brasil e Japão fecham novos acordos comerciais
Durante a viagem, Lula e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, assinaram 10 acordos bilaterais e 80 parcerias em áreas estratégicas. Entre os principais avanços, destacam-se:
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Venda de jatos da Embraer: A All Nippon Airways (ANA) fechou a compra de 15 aeronaves, com possibilidade de mais 5, totalizando um negócio de R$ 10 bilhões.
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Energia e descarbonização: O Japão financiará projetos brasileiros de biocombustíveis e recuperação ambiental.
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Apoio à Amazônia: Contribuição inicial de US$ 5 milhões para o Fundo Amazônia, focado no combate ao desmatamento.
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Parcerias em ciência e tecnologia: Investimentos conjuntos em educação, inovação e mobilidade sustentável.
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Plano Brasil-Japão 2025-2030: Criação de um plano de ação para fortalecer a relação entre os países nos próximos anos.
Além disso, Lula destacou a possibilidade de um acordo entre o Mercosul e o Japão, que deve começar a ser negociado no próximo semestre.
Barreiras para etanol e carne bovina brasileira
Apesar dos avanços, o etanol e a carne bovina brasileira continuam sem acesso ao mercado japonês. O Japão mantém restrições sanitárias para a carne brasileira, preferindo importações dos Estados Unidos e da Austrália. O primeiro-ministro Ishiba prometeu seguir negociando o tema, mas sem prazos definidos.
Já a exportação de etanol brasileiro enfrenta entraves. O Japão tem interesse no aumento do uso de biocombustíveis para reduzir emissões, mas ainda não formalizou um acordo definitivo para a importação do combustível brasileiro.
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O que esperar depois da visita?
Com a meta de ampliar o comércio bilateral de US$ 11 bilhões para US$ 17 bilhões, Lula segue para o Vietnã em busca de novas parcerias. Enquanto isso, o etanol e a carne bovina brasileira seguem na pauta das negociações, mas sem uma solução imediata.