O governo do Paraguai convocou o embaixador do Brasil, José Antônio Marcondes, para exigir explicações sobre supostas ações de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra sistemas governamentais do país.
A crise diplomática ocorre em meio a negociações sensíveis sobre o Anexo C do Tratado de Itaipu, que define as condições de comercialização da energia da usina.
O que está em jogo?
A usina de Itaipu, maior geradora de energia hidrelétrica do mundo, é administrada em parceria entre Brasil e Paraguai. O Anexo C está em renegociação para permitir que o Paraguai venda seu excedente de energia no mercado livre a partir de 2026.
As acusações
Um funcionário da Abin relatou à Polícia Federal que a agência teria invadido sistemas do governo paraguaio, incluindo o Congresso e a Presidência, para obter informações sigilosas sobre as negociações. O suposto monitoramento teria começado no governo Bolsonaro e continuado no governo Lula, até ser interrompido em março de 2023.
Reação do Paraguai
O chanceler paraguaio, Rubén Ramírez, classificou o caso como “delicado” e anunciou a suspensão das negociações do Anexo C até que o Brasil apresente esclarecimentos.
Posição do Brasil
O governo brasileiro afirmou que interrompeu as operações assim que tomou conhecimento e negou qualquer irregularidade. A Abin ainda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias.
Próximos passos:
- O Brasil deve enviar uma resposta formal ao Paraguai.
- As negociações de Itaipu ficam congeladas até resolução do impasse.
A crise pode impactar não só as relações bilaterais, mas também o futuro do fornecimento de energia na região.