A startup Colossal Biosciences anunciou a “recriação” de lobos-terríveis, extintos há 12 mil anos, mas a comunidade científica está cética. Eis o debate:
O QUE A COLOSSAL FEZ?
A empresa editou geneticamente lobos cinzentos (parentes vivos mais próximos da espécie extinta) para replicar características do lobo-terrível, como crânio largo, mandíbulas robustas e pelagem branca.
Três filhotes (Rômulo, Remo e Khaleesi) nasceram após ajustes em 14 genes, usando DNA de fósseis como modelo — não inserido diretamente.
POR QUE OS CIENTISTAS QUESTIONAM?
- “Não é um lobo-terrível”: Paleoecologistas como Nic Rawlence (Universidade de Otago) afirmam que os animais são “lobos cinzentos hibridizados”, não uma espécie ressuscitada. DNA antigo está fragmentado demais para ser replicado com precisão.
- Problema comportamental: Jacquelyn Gill (Universidade de Maine) lembra que comportamento não é só genética — é também cultural e ambiental.
- Falta de revisão por pares: O estudo ainda não foi publicado ou validado por outros pesquisadores.
E AGORA?
Os filhotes viverão em uma reserva nos EUA para estudos. A Colossal defende que a “espécie morfológica” foi restaurada, mesmo sem identidade genética 100% idêntica. Enquanto isso, críticos alertam: extinção ainda é para sempre.
📌 Curiosidade: Os lobos-terríveis inspiraram os “lobos gigantes” de Game of Thrones. Na vida real, eram apenas ~20% maiores que lobos cinzentos.