Nos últimos meses, o preço da carne bovina tem sido um dos maiores vilões do orçamento familiar em Campo Grande e em todo o Mato Grosso do Sul.
Embora a cotação da arroba tenha experimentado uma desaceleração e o número de abates tenha aumentado, o preço final do produto no supermercado continua em alta, pesando significativamente no bolso dos consumidores.
De acordo com o boletim técnico da Famasul, Mato Grosso do Sul registrou o maior número de abates em 10 anos no primeiro bimestre de 2025, com 730 mil animais sendo sacrificados — um aumento de 21% em comparação à média dos últimos cinco anos.
Essa grande oferta de gado normalmente resultaria em uma queda nos preços, mas a realidade é bem diferente.
Arroba cai, mas ainda está cara
Embora o preço pago pela arroba de boi tenha caído em fevereiro para R$ 299,76, este valor ainda é considerado o segundo maior para o mês nos últimos 11 anos.
Em 2024, a cotação da arroba chegou a picos de R$ 335, valor recorde para o mês de novembro. Mesmo com a leve queda no início de 2025, a cotação ainda permanece bem acima da média histórica e da expectativa dos pecuaristas.
A carne bovina não tem dado trégua no bolso
Se a carne bovina já representa um desafio financeiro para muitas famílias, o impacto disso nos números é claro: de 2020 a 2025, o preço do quilo do produto subiu mais de 100%.
Segundo dados do Dieese/MS, em 2018, o preço médio do quilo da carne bovina era de menos de R$ 20. Já em 2020, esse valor saltou para R$ 27,80. De lá para cá, o aumento foi progressivo: em 2021, o quilo chegou a R$ 37,72, em 2022 foi para R$ 39,99, e no início de 2025, o preço médio é de R$ 44,26.
Essa escalada de preços reflete a mudança na dinâmica da produção, com foco crescente na exportação, o que tem restringido a oferta de carne para o mercado interno, além de afetar diretamente os preços.
Perspectivas e desafios
Com a oferta de gado crescendo, mas com preços ainda nas alturas, muitos se perguntam: o que realmente está impactando tanto o valor final da carne no Mato Grosso do Sul?
Especialistas apontam que a alta do preço da arroba está relacionada à demanda externa, e a falta de estímulos para o aumento da produção voltada ao mercado interno também está entre os fatores que contribuem para o cenário de preços elevados.
O que se sabe é que, enquanto os números de abates seguem aumentando, o preço da carne bovina parece não dar trégua para o consumidor, que se vê cada vez mais desafiado a equilibrar o orçamento no supermercado.
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Fonte: MidiaMax