Dólar atinge R$ 6,26: Real acumula maior queda entre emergentes

Campo Grande, 19 de dezembro de 2024 – O dólar alcançou R$ 6,26 na quarta-feira (18), marcando um recorde histórico e consolidando o real como a moeda mais desvalorizada entre as principais negociadas no mundo em 2024. A alta reflete um cenário global de fortalecimento do dólar e uma combinação de fatores econômicos e fiscais específicos do Brasil.

A desvalorização acumulada do real neste ano é de aproximadamente 21%, mais intensa do que as de outras moedas emergentes, como o peso mexicano e a lira turca, que caíram cerca de 16% cada. Desde o início do ano, quando o dólar era cotado a R$ 4,85, o câmbio se tornou um reflexo de fatores tanto internos quanto externos.

Por que o dólar está tão forte no mundo?

O fortalecimento do dólar é um fenômeno global. Após a pandemia, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, aumentou os juros para conter a inflação, atraindo investimentos globais para o mercado americano, considerado mais seguro.

Essa migração de capital resultou em maior demanda por dólares e, consequentemente, na desvalorização de outras moedas.

Embora o Fed tenha começado a cortar juros em setembro, o ritmo tem sido mais lento do que o esperado. Esse movimento sustentou a alta do dólar ao longo do ano, agravada pela vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro.

Sua política econômica, que inclui maior proteção ao mercado interno e restrições comerciais, gerou incertezas nos mercados globais, reforçando ainda mais a atratividade do dólar.

As moedas de países emergentes, como o Brasil, são especialmente afetadas nesses contextos. Investidores buscam mercados desenvolvidos quando percebem riscos maiores em economias emergentes.

Fatores internos pesam sobre o real

No Brasil, além da força global do dólar, questões domésticas contribuíram para a desvalorização da moeda. A inflação acima da meta, atualmente em 4,87% no acumulado de 12 meses, alimenta temores de descontrole econômico.

Em novembro, o governo federal apresentou um pacote fiscal para equilibrar as contas públicas. Apesar das medidas, a percepção de incerteza entre investidores permaneceu elevada.

Entre novembro e dezembro, o real perdeu 7,3% de valor em relação ao dólar, refletindo desconfianças sobre a eficácia das políticas anunciadas.

Ao mesmo tempo, o Banco Central brasileiro aumentou a taxa básica de juros, a Selic, para 12,25% ao ano, tentando conter a inflação. No entanto, o impacto positivo dessa alta nos investimentos estrangeiros foi limitado devido ao cenário de instabilidade econômica.

O que esperar de 2025?

As perspectivas para 2025 são incertas. Nos Estados Unidos, o presidente eleito Donald Trump indicou preferência por um dólar mais fraco para impulsionar as exportações americanas.

No entanto, políticas de incentivo à economia, como cortes de impostos e aumento de tarifas de importação, podem acabar fortalecendo ainda mais o dólar, contrariando seus objetivos.

No Brasil, as projeções indicam uma leve queda no valor do dólar nos próximos anos, mas em patamares ainda elevados. O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, estima o dólar a R$ 5,85 no final de 2025.

Fonte: BBC, InfoMoney, Banco Central

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