A economia brasileira iniciou 2025 com uma leve expansão. Dados recentes do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central, apontam para um crescimento de 0,9% em janeiro, comparado ao mês anterior.

Esse número, que ajusta sazonalmente as flutuações de curto prazo, reflete a maior alta desde junho de 2024, quando o indicador havia subido 1,1%.

Embora o desempenho tenha sido positivo no início do ano, as projeções para 2025 indicam uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia. Segundo analistas do mercado financeiro, a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça menos de 2% neste ano, uma queda considerável em relação aos 3,4% registrados em 2024.

A Perspectiva de Desaceleração

A alta de 0,9% em janeiro, embora positiva, é vista com cautela pelos economistas, que projetam um cenário de desaceleração para os próximos meses. O aumento das taxas de juros, adotado pelo Banco Central para controlar a inflação, tem sido um dos principais fatores que limitam a expansão da atividade econômica.

A Selic, atualmente em 13,25% ao ano, pode alcançar 14,25% no final de março, dependendo da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). A elevação dos juros, por sua vez, tem o objetivo de desacelerar a economia, o que pode reduzir o ritmo de consumo e investimento.

Além disso, a alta nos preços dos alimentos, um fator persistente da inflação, continua a impactar o poder de compra das famílias, contribuindo para uma desaceleração da demanda interna. A expectativa é que esses desafios continuem a pesar sobre a economia ao longo de 2025, impactando o crescimento do PIB.

A Incerteza Internacional

Outro fator que ameaça a expansão econômica do Brasil é o cenário global. As tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos, especialmente após a implementação de políticas protecionistas pela administração de Donald Trump, geram incertezas nos mercados internacionais.

A possibilidade de uma recessão nos EUA também tem gerado apreensão, uma vez que uma desaceleração na maior economia do mundo poderia afetar o comércio e os fluxos financeiros globais, impactando diretamente países emergentes como o Brasil.

O IBC-Br como Indicador de Tendências

O IBC-Br, apesar de ser um importante termômetro da economia brasileira, é considerado apenas uma prévia do PIB oficial, que é calculado pelo IBGE.

Embora ambos os indicadores sigam tendências semelhantes, o IBC-Br não leva em conta todas as variáveis presentes no cálculo do PIB, como a demanda interna, fator essencial para uma análise mais completa da economia.

Os números do IBC-Br mostram que, na comparação com o mesmo período de 2024, houve uma alta de 3,6% na atividade econômica. Contudo, os analistas preveem que, mesmo com esse bom início de ano, a economia não repetirá o desempenho robusto de 2024.

Expectativas para o Futuro

O Ministério da Fazenda projeta um crescimento do PIB de 2,3% em 2025, levemente acima das estimativas do mercado financeiro. No entanto, esse número ainda está muito distante dos 3,4% alcançados no ano passado, o que sugere um ano de mais dificuldades e ajustes.

A desaceleração esperada é vista como um mal necessário para controlar a inflação e permitir que a economia se estabilize dentro de metas mais sustentáveis.

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, ressaltou recentemente que uma desaceleração da atividade econômica é fundamental para garantir que a inflação se mantenha dentro dos limites estipulados.

Portanto, embora a economia brasileira tenha iniciado 2025 com sinais positivos, as perspectivas para o ano são de um crescimento mais modesto, com desafios internos e externos que devem continuar a influenciar o ritmo de expansão.

A gestão cautelosa da política monetária e fiscal será crucial para equilibrar o crescimento e o controle da inflação ao longo de 2025.