O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (9) que serão impostas novas tarifas sobre as importações de aço e alumínio. A medida, prevista para ser oficializada na segunda-feira (10), estabelece uma taxa de 25% para esses produtos.
Trump afirmou a jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One que novos tributos recíprocos serão divulgados entre terça (11) e quarta-feira (12), com entrada em vigor quase imediata.
A decisão pode afetar países que têm os Estados Unidos como principal destino de exportações, incluindo o Brasil.
Dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) indicam que, em 2023, o Brasil exportou US$ 685 milhões em produtos do setor para os EUA, representando 15% do total das exportações brasileiras na área.
No ano seguinte, houve um crescimento de 16%, totalizando US$ 796 milhões.
Durante seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre importações de aço e 10% sobre as de alumínio, concedendo posteriormente isenções a alguns parceiros comerciais, como Canadá, México, União Europeia e Reino Unido.
O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço e ferro aos EUA. Dados da Administração de Comércio Internacional dos EUA apontam que, em 2024, o Brasil representou 14,9% das importações de ferro e aço.
O principal fornecedor continua sendo o Canadá, com 24,2%, seguido por Brasil, México (10,1%), Coreia do Sul (5,9%) e Alemanha (4,6%).
Dados do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, mostram que os Estados Unidos foram destino de 47,9% das exportações brasileiras do setor de ferro e aço em 2024. O segundo maior comprador foi a China, com 10,7%.
As novas tarifas anunciadas pelos EUA devem incidir sobre importações anuais superiores a US$ 100 bilhões. Em 2024, os EUA importaram US$ 31,3 bilhões em ferro e aço, dos quais US$ 4,677 bilhões vieram do Brasil.
No segmento de partes e componentes de ferro e aço, as compras americanas atingiram US$ 49,7 bilhões, sendo US$ 306 milhões de origem brasileira. No caso do alumínio, o Brasil teve participação de 1% do total importado pelos EUA, com US$ 272 milhões em embarques.
O setor industrial brasileiro acompanha os desdobramentos e avalia os impactos das tarifas sobre o mercado internacional.