Em uma importante reviravolta diplomática, o presidente russo Vladimir Putin concordou com a suspensão temporária dos ataques às instalações energéticas da Ucrânia, mas recusou a proposta de um cessar-fogo total de 30 dias, que seria um primeiro passo rumo a um acordo de paz duradouro.
A decisão foi anunciada nesta terça-feira, 18 de março, após negociações entre autoridades russas e representantes dos Estados Unidos, com um foco especial na questão da infraestrutura energética.
Um Compromisso Limitado
Apesar de não aceitar a ideia de um cessar-fogo completo, Putin concordou em pausar os ataques a infraestrutura energética da Ucrânia por um período de 30 dias.
Essa medida, embora mais modesta do que o esperado, foi vista como uma possível estratégia russa para ganhar tempo, enquanto as forças de Moscou continuam seus avanços no leste da Ucrânia.
A Ucrânia, por sua vez, demonstrou disposição em apoiar essa suspensão parcial, considerando o impacto devastador dos ataques ao seu setor energético nos últimos meses.
O Papel dos EUA e os Próximos Passos
A Casa Branca informou que as negociações sobre uma possível trégua marítima no Mar Negro e um cessar-fogo mais amplo começarão imediatamente. O embaixador especial dos EUA, Steve Witkoff, mencionou que os diálogos devem ocorrer em Jeddah, na Arábia Saudita, no próximo domingo.
A proposta inicial de um cessar-fogo completo, que contava com a colaboração de ambas as partes para um período de 30 dias sem confrontos, foi apoiada por Washington, mas não obteve a adesão total de Moscou.
Em declarações recentes, Witkoff expressou otimismo quanto aos próximos passos. “Até recentemente, não havia consenso sobre esses dois pontos — a suspensão de ataques à infraestrutura energética e o moratório no Mar Negro. Hoje, conseguimos avançar bastante, e estou confiante de que estamos mais próximos de um cessar-fogo completo”, disse ele, em entrevista ao programa “Hannity”, da Fox News.
O Impacto no Campo de Batalha
Especialistas em geopolítica apontam que a suspensão temporária dos ataques às instalações energéticas pode ser interpretada como uma jogada estratégica de Putin.
Com as forças russas avançando no leste da Ucrânia, a interrupção dos ataques à infraestrutura energética pode aliviar temporariamente a pressão sobre o governo ucraniano, enquanto Moscou fortalece sua posição nas negociações.
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Por outro lado, a recusa de Putin em concordar com um cessar-fogo total reflete a complexidade da situação, com a Rússia buscando manter a pressão sobre a Ucrânia e o Ocidente, ao mesmo tempo em que tenta evitar uma escalada maior do conflito.
O Futuro das Negociações
Embora o cenário atual ainda seja incerto, a continuidade das negociações será crucial para determinar se este acordo limitado pode ser expandido para um cessar-fogo mais abrangente. A próxima rodada de diálogos em Jeddah será fundamental para a evolução dos esforços de mediação e para o futuro da paz na região.
As conversações podem abrir caminho para discussões mais profundas sobre um acordo de paz definitivo, mas os desafios são consideráveis, com ambos os lados mantendo posições firmes em questões-chave, como a soberania da Ucrânia e a segurança energética europeia.
O cenário continua a ser altamente dinâmico e a atenção internacional está voltada para os próximos passos nas negociações.
Fonte: Reuters