Mato Grosso do Sul e Paraguai discutem construção de gasoduto de US$ 2 bilhões
Campo Grande – O governo de Mato Grosso do Sul e a República do Paraguai firmaram um compromisso para analisar a viabilidade da construção de um gasoduto que conectará a Argentina ao Brasil, passando pelo território paraguaio.
O projeto prevê o transporte do gás natural extraído do megacampo de Vaca Muerta, na Patagônia, até Campo Grande.
O memorando de entendimento foi assinado nesta quarta-feira (19) pelo governador Eduardo Riedel e pelo ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Francisco Javier Giménez, durante o Encontro de Governadores, realizado no Seminário Internacional da Rota Bioceânica, em Campo Grande.
A iniciativa conta com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e da MS Gás, que integrarão o grupo técnico responsável pelos estudos de viabilidade.
Detalhes do projeto
O gasoduto Mato Grosso do Sul será um ramal de 1.050 quilômetros, ligando a rede argentina ao Gasbol (Gasoduto Brasil-Bolívia).
A estrutura atravessará o Paraguai pela região do Chaco, seguindo um traçado paralelo ao Corredor Rodoviário Bioceânico, que conectará o Brasil ao Chile.
O projeto está estimado em US$ 2 bilhões e terá capacidade para transportar 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A conexão será feita a partir da rede argentina, na província de Salta, e seguirá até Campo Grande, onde se integrará ao Gasbol.
O gás argentino poderá ser comercializado a um preço entre US$ 8 e US$ 10 por milhão de BTU, podendo ser mais barato que o gás atualmente importado da Bolívia.
Impactos esperados
O gasoduto Mato Grosso do Sul poderá reduzir os custos energéticos e contribuir para setores como indústria petroquímica e fertilizantes.
O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, afirmou que o empreendimento pode impulsionar a economia da região e trazer benefícios para o Paraguai, que busca ampliar sua matriz energética.
“O Paraguai ainda enfrenta desafios no fornecimento de energia a preços competitivos. Com essa obra, haverá uma transformação significativa no cenário econômico da região, viabilizando a instalação de indústrias e promovendo desenvolvimento”, afirmou Verruck.
Parcerias e próximos passos
Além do memorando para o gasoduto, Mato Grosso do Sul firmou um Protocolo de Intenções com a Província de Jujuy, na Argentina, para cooperação em infraestrutura, indústria, saúde, educação e turismo.
O documento foi assinado pelos governadores Eduardo Riedel e Carlos Alberto Sadir, durante o Encontro de Governadores da Rota Bioceânica.
O Fórum de Governadores da Rota Bioceânica reúne representantes do Brasil, Argentina, Chile e Paraguai para discutir projetos de integração regional.
A próxima reunião do grupo será em outubro, em Jujuy, onde serão apresentados avanços nos estudos do gasoduto Mato Grosso do Sul e outras iniciativas conjuntas.