Mato Grosso do Sul avança na implementação de projetos aduaneiros e de segurança para a Rota Bioceânica, visando reduzir o tempo de espera nos processos de importação e exportação e garantir maior eficiência logística no corredor que liga o Brasil ao Oceano Pacífico.
Com a construção da Ponte Bioceânica em Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul intensifica esforços para estruturar a operação do novo corredor logístico que conectará o Atlântico ao Pacífico.
Os projetos em desenvolvimento preveem uma redução de até 90% no tempo de espera para os trâmites aduaneiros, passando de até 20 dias para um prazo estimado de dois dias.
Atualmente, o fluxo de exportações entre Mato Grosso do Sul e Paraguai é realizado por Ponta Porã, na fronteira com Pedro Juan Caballero, um processo que frequentemente enfrenta atrasos significativos.
Com a implementação da Rota Bioceânica, Porto Murtinho passará a ser o principal ponto de passagem das mercadorias, agilizando o transporte e diminuindo custos operacionais para exportadores e importadores.
Infraestrutura e segurança na Rota Bioceânica
A regulamentação dos processos alfandegários está em fase de planejamento e prevê a criação de uma Central de Alfândega em Porto Murtinho.
O local contará com a presença de órgãos como Receita Federal, Anvisa, Ibama, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, além de autoridades aduaneiras do Paraguai.
A proposta é que o complexo aduaneiro funcione de maneira integrada, promovendo maior celeridade e segurança nas operações.
Para reduzir o tempo de fiscalização, autoridades estudam a implementação de tecnologia avançada, incluindo uso de inteligência artificial e chips em containers para monitoramento digital. Esse sistema permitiria o rastreamento das cargas por satélite, eliminando inspeções manuais e acelerando o desembaraço aduaneiro.
Medidas para fortalecer a segurança
Além da questão aduaneira, a segurança no corredor bioceânico é uma prioridade. Para mitigar riscos e fortalecer o controle fronteiriço, Mato Grosso do Sul implantará um Centro Integrado de Controle de Fronteira, onde atuarão diversos órgãos de fiscalização.
O espaço terá câmeras de reconhecimento facial, leitores de placas e monitoramento eletrônico, ampliando o combate a crimes transnacionais, como tráfico de drogas e contrabando.
O controle integrado incluirá medidas para facilitar o fluxo de turistas e transportadores, garantindo que a passagem de veículos e cargas ocorra de maneira segura e eficiente.
A previsão é que toda a estrutura esteja concluída até 2026, proporcionando um ambiente mais seguro e favorável ao comércio exterior.
Investimentos e expansão da infraestrutura
Para viabilizar a Rota Bioceânica, Mato Grosso do Sul tem recebido investimentos significativos.
Entre as principais obras estão a pavimentação de 13 km da BR-267, a restauração de 101 km da mesma rodovia e a construção de acessos elevados à Ponte Bioceânica. O Governo Federal destinou R$ 472,4 milhões para essas melhorias, essenciais para a integração logística da região.
Com a conclusão da Rota Bioceânica, o estado espera ampliar sua participação no comércio exterior, fortalecendo laços comerciais com países da Ásia e do Mercosul.
A expectativa é de que o corredor reduza custos logísticos, aumente a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional e impulsione o desenvolvimento econômico das cidades ao longo do trajeto.
As discussões sobre os impactos e desafios da Rota Bioceânica serão aprofundadas no Seminário Internacional da Rota Bioceânica, que ocorrerá entre 18 e 20 de fevereiro em Campo Grande.
O evento reunirá autoridades do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile para debater questões de infraestrutura, segurança e oportunidades comerciais, consolidando a estratégia de integração regional.
Fonte: Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul