Metas globais para energia renovável enfrentam risco de fracasso, alerta relatório da IRENA

Campo Grande, 20 de novembro de 2024 — A lacuna entre as promessas políticas e os planos concretos para a expansão das energias renováveis ameaça o cumprimento das metas globais de combate às mudanças climáticas, apontou o relatório mais recente da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). Segundo a instituição, os compromissos assumidos até o momento não são suficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C.

O relatório, intitulado World Energy Transitions Outlook 2024, alerta que os planos nacionais atuais podem alcançar apenas metade do crescimento necessário para triplicar a capacidade renovável e dobrar a eficiência energética até 2030, conforme acordado na COP28.

Além disso, a IRENA destaca que um financiamento global robusto e os novos compromissos nacionais esperados para 2025 serão decisivos para manter viva a meta climática.

De acordo com Francesco La Camera, diretor-geral da IRENA, os próximos dois anos são cruciais: “Precisamos transformar promessas em ações concretas, ou enfrentaremos sérias consequências para o planeta e a economia global”.

O papel do Brasil e do Mato Grosso do Sul na transição energética

No contexto nacional, o Brasil é apontado como um dos líderes mundiais na geração de energia renovável, com destaque para o etanol, a energia solar e a eólica. Estados como Mato Grosso do Sul têm potencial estratégico para impulsionar a produção de biocombustíveis, graças à sua forte indústria e a crescente expansão do setor de energia solar.

Investimentos em energia nuclear ganham destaque global

Enquanto o debate sobre energias renováveis segue aquecido, a energia nuclear também avança como alternativa de baixo carbono. Um dos destaques é a tecnologia de Reatores Modulares Pequenos (SMRs, na sigla em inglês), considerada promissora por ser compacta e de fácil implementação.

Recentemente, grandes empresas de tecnologia, como Microsoft e Amazon, demonstraram interesse em adotar a energia nuclear como parte de suas estratégias de sustentabilidade.

Ainda que o Brasil não tenha projetos significativos de fusão nuclear em andamento, especialistas sugerem que o país poderia explorar tecnologias como os SMRs para complementar sua matriz energética limpa.

Outros desafios da energia renovável na América Latina

O relatório da IRENA também chamou atenção para as dificuldades enfrentadas por países latino-americanos dependentes de hidrelétricas. Eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e enchentes, têm afetado a produção de energia na região, destacando a urgência de diversificação das fontes.

No Brasil, a integração entre diferentes tipos de geração renovável é vista como essencial para mitigar os impactos climáticos e garantir a segurança energética. Projetos híbridos, que combinam energia solar e eólica, começam a ganhar espaço em estados como Mato Grosso do Sul, mas especialistas alertam que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

Com as metas globais em risco, a mensagem é clara: será necessário um esforço conjunto, envolvendo governos, empresas e sociedade civil, para acelerar a transição energética e cumprir os compromissos climáticos de forma sustentável.

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