O governo federal avalia que a recente desvalorização do dólar frente ao real pode contribuir para a queda da inflação nos próximos meses. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que a estabilização da moeda americana em um “patamar adequado” tende a refletir diretamente no custo de produtos essenciais, como alimentos e combustíveis.
Nas últimas semanas, o dólar apresentou uma sequência de recuos e, nesta quinta-feira, fechou cotado a R$ 5,74, o menor valor desde novembro.
Para especialistas do mercado financeiro, a tendência de desvalorização pode aliviar os custos de importação e reduzir os preços para o consumidor final. “Quando o real se fortalece, o impacto é sentido em toda a cadeia produtiva“, explicou um economista consultado pela reportagem.
O Ministro da Fazenda destacou que o governo tem adotado medidas para manter o dólar em um nível que favoreça a economia nacional.
“Nosso objetivo é criar condições para um equilíbrio sustentável, que beneficie tanto a indústria quanto o consumidor“, declarou Haddad em entrevista a uma emissora de rádio do Nordeste.
Impacto nos alimentos e combustíveis
Com a queda do dólar, produtos que dependem da importação, como trigo, óleos vegetais e fertilizantes, tendem a ter os preços reduzidos. Isso pode refletir diretamente no valor final de itens básicos para a população.
O setor de combustíveis também pode ser beneficiado, uma vez que o preço da gasolina e do diesel no Brasil está atrelado às variações do mercado internacional.
Com um dólar mais fraco, a expectativa é que os valores na bomba diminuam, trazendo alívio para transportadores e consumidores.
Taxa de juros em debate
Apesar da previsão otimista, Haddad voltou a criticar a política monetária do Banco Central, que manteve a taxa Selic em patamares elevados. Segundo ele, juros altos dificultam o crescimento econômico e travam o consumo. “Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio. O combate à inflação é essencial, mas não podemos sufocar a economia“, afirmou.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por sua vez, defende que a taxa de juros segue necessária para manter a estabilidade econômica e evitar riscos inflacionários no longo prazo.
Cenário político e perspectivas
A questão cambial tem sido tema recorrente nas discussões do governo federal, especialmente em um momento de desafios econômicos e queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A gestão busca estratégias para controlar a inflação e impulsionar o crescimento, mantendo o dólar em um patamar que favoreça a economia interna.
Com informações de – O Globo