Moeda americana abre em queda em meio a incertezas fiscais e nova intervenção do Banco Central

O dólar comercial começou a quinta-feira em baixa, sendo negociado a R$ 6,24, um recuo de 0,4% em relação ao fechamento do dia anterior. A moeda americana, que ontem atingiu o maior valor nominal de sua história, R$ 6,26, opera sob forte volatilidade. A atenção dos investidores está dividida entre as medidas fiscais em tramitação no Congresso Nacional e as intervenções do Banco Central no mercado cambial.

Hoje, estão previstas votações importantes na Câmara dos Deputados e no Senado. Entre os itens da pauta, destacam-se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restringe o acesso ao abono salarial e a prorrogação da desvinculação de receitas orçamentárias, além de mudanças na regra de reajuste do salário mínimo e nos critérios para concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

As medidas integram o pacote fiscal do governo e são vistas como essenciais para conter o crescimento da dívida pública.

No mercado de câmbio, o Banco Central anunciou mais uma intervenção nesta manhã, vendendo US$ 3 bilhões em leilão à vista.

Desde a última semana, a autoridade monetária já injetou mais de US$ 20 bilhões no sistema financeiro por meio de diferentes operações, como leilões de linha e contratos de swap cambial. A estratégia busca atender à demanda por dólares e reduzir a volatilidade da moeda.

Apesar dessas ações, analistas ainda questionam se as intervenções serão suficientes para frear a escalada do dólar, especialmente diante das incertezas relacionadas ao andamento das reformas fiscais. A ausência de uma definição clara sobre o ajuste das contas públicas mantém os mercados cautelosos e aumenta a pressão sobre o real.

O cenário internacional também exerce influência. Ontem, o Federal Reserve dos Estados Unidos anunciou um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, mas indicou que novos cortes ao longo de 2025 serão mais moderados do que o esperado. Essa decisão reforça a atratividade da moeda americana para investidores globais, o que tende a fortalecer o dólar frente às moedas de países emergentes, como o Brasil.

Além das votações no Congresso, o mercado estará atento à coletiva de imprensa do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, prevista para hoje. Ele apresentará o Relatório Trimestral de Inflação, que já trouxe uma revisão significativa nas projeções da autoridade monetária.

O documento aponta uma alta probabilidade de que a inflação ultrapasse o teto da meta neste ano, o que pode exigir medidas adicionais para conter os preços.

Embora o dólar tenha iniciado o dia em queda, a volatilidade deve se manter elevada, refletindo as incertezas fiscais internas e o ambiente global de menor liquidez. Os próximos movimentos dependerão dos desdobramentos no Congresso e da eficácia das intervenções cambiais realizadas pelo Banco Central.

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