David Vélez, CEO do Nubank, anunciou que a fintech brasileira está considerando a mudança de sua sede legal para o Reino Unido como parte de sua estratégia de expansão global.
Em entrevista à Reuters, o executivo afirmou que a empresa está avaliando quais países poderiam ser mais vantajosos para os planos de longo prazo da companhia, que incluem a expansão para o mercado norte-americano.
Vélez destacou que o Reino Unido é uma das opções em análise, embora tenha alertado para as incertezas fiscais que podem surgir em diferentes jurisdições. “Estamos discutindo quais opções fazem mais sentido à medida que pensamos nos próximos dez anos de nossa expansão global”, disse o CEO durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.
A mudança de domicílio para o Reino Unido seria um movimento estratégico importante, especialmente no contexto pós-Brexit, quando o país tem buscado reforçar sua posição como um centro financeiro global.
A fintech, fundada em São Paulo há mais de dez anos, se consolidou como uma das maiores instituições bancárias digitais da América Latina, com mais de 100 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia.
Atualmente domiciliada nas Ilhas Cayman, o Nubank já possui operações no exterior, incluindo um escritório em Berlim, na Alemanha, desde 2017, com cerca de 40 funcionários.
O CEO afirmou que, embora a Europa tenha um mercado relevante em termos de tamanho, a prioridade da empresa no momento não é a expansão para o continente, devido a desafios regulatórios e à forte concorrência local.
O foco, segundo Vélez, está em explorar novos mercados emergentes, além de considerar a expansão para os Estados Unidos. A perspectiva de uma abordagem mais amigável à regulação de fintechs e criptomoedas, com a administração do presidente Joe Biden, torna o ambiente americano mais atraente para o Nubank.
“A mudança de postura dos EUA, agora mais favoráveis à inovação no setor financeiro, especialmente em relação ao mercado de criptomoedas, torna a entrada no país mais viável“, disse o CEO.
A simplificação do complexo sistema regulatório norte-americano também foi apontada como um fator que poderia tornar o mercado ainda mais acessível para novas empresas de tecnologia financeira.
“Se os Estados Unidos conseguirem reduzir a fragmentação regulatória, será uma oportunidade para empresas do setor financeiro se estabelecerem com mais facilidade“, comentou Vélez.
Além disso, o Nubank segue em sua estratégia de diversificação, com um investimento recente de 150 milhões de dólares na Tyme Group, um banco digital baseado em Cingapura.
A Tyme tem operações em mercados emergentes, como a África do Sul e as Filipinas, e essa parceria abre portas para o Nubank explorar novas oportunidades na Ásia e em outros locais com características semelhantes aos mercados da América Latina.
Embora não haja uma definição sobre a expansão para novos países a curto prazo, Vélez afirmou que a empresa espera tomar decisões sobre novos mercados dentro dos próximos 18 a 24 meses.
A entrada em outros mercados será considerada conforme o amadurecimento da fintech e a análise de novas oportunidades no cenário global.
Em resumo, a possível mudança para o Reino Unido e a exploração de novos mercados, incluindo os Estados Unidos e outros países emergentes, refletem a busca contínua do Nubank por crescimento global. A empresa está atenta às mudanças regulatórias e aos novos desafios do setor financeiro, enquanto segue ampliando sua presença internacional.
Fonte: Reuters
