O índice de endividamento das famílias em Campo Grande registrou uma leve redução em dezembro, conforme dados divulgados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), conduzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O percentual de famílias com dívidas caiu para 65,0%, frente a 65,2% em novembro. Apesar da queda no comparativo mensal, o indicador permanece superior ao de dezembro de 2023, quando foi registrado em 61,4%.
A pesquisa detalha que o endividamento é mais expressivo entre famílias com renda de até 10 salários mínimos, atingindo 67,8%. Entre aquelas com rendimento superior, o percentual é de 51%.
O cartão de crédito segue como o principal responsável pelas dívidas, representando 75,6% das pendências relatadas. Em seguida, aparecem carnês de lojas (21,4%) e crédito pessoal (8,8%).
Além disso, o levantamento destaca que 46,6% das famílias possuem contas em atraso. Destas, 41,3% afirmaram que não terão condições de quitar os débitos no próximo mês.
A inadimplência prolongada, que inclui dívidas pendentes por mais de 90 dias, atinge 55,2% dos entrevistados com atrasos. Esse cenário é atribuído ao aumento no custo de vida e à dificuldade de equilibrar o orçamento em um contexto de despesas sazonais e crédito mais caro.
Embora o pagamento do 13º salário e outras bonificações de fim de ano ofereçam algum alívio financeiro temporário, os dados mostram que esse reforço não foi suficiente para reduzir de forma significativa o nível de endividamento das famílias em Campo Grande.
Em média, 25,8% da renda das famílias está comprometida com pagamentos de dívidas, proporção que, segundo especialistas, pressiona os orçamentos domésticos e restringe o consumo.
A CNC observa que a inadimplência afeta não apenas as famílias, mas também a economia em geral. A redução na capacidade de consumo, especialmente em bens duráveis e serviços, pode impactar o crescimento econômico.
Especialistas defendem a necessidade de políticas públicas voltadas à educação financeira, além de programas de renegociação para permitir que as famílias regularizem suas finanças.
A coleta dos dados foi realizada nos últimos dias de novembro, abrangendo 17.800 famílias residentes em Campo Grande.