A inflação oficial de 2024 fechou em 4,83%, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento foi causado principalmente pelo encarecimento dos alimentos, em especial das carnes, pelas condições climáticas desfavoráveis e pela desvalorização do real em relação ao dólar.
Inflação – Alimentos lideram alta de preços
O grupo de alimentos e bebidas subiu 7,69% no ano, representando 1,63 pontos percentuais do IPCA. Foi a maior pressão desde 2022. Dentro desse grupo, as carnes tiveram destaque, com alta de 20,84%.
Cortes como contrafilé, alcatra e costela subiram mais de 20%, o que pesou no orçamento das famílias, devido à importância desses itens na alimentação.
Efeitos do clima na produção
Condições climáticas adversas, como secas prolongadas e ondas de calor, afetaram a produção agropecuária em diversas regiões do Brasil.
A escassez de pastagens durante a entressafra reduziu a oferta de carne bovina, o que pressionou os preços ao longo do ano. Esses fatores também prejudicaram outros setores agrícolas, contribuindo para o aumento dos custos.
Real desvalorizado e impacto nos preços
A desvalorização do real frente ao dólar foi outro fator decisivo. O dólar subiu 27% em 2024, fechando o ano em R$ 6,18. Isso encareceu produtos importados e insumos utilizados na produção nacional.
Além disso, o câmbio favorável à exportação reduziu a oferta interna de diversos itens, o que pressionou ainda mais os preços.
Inflação ao longo do ano
Em 11 meses de 2024, a inflação foi positiva. Apenas em agosto houve deflação, com queda de 0,02%, devido à redução na conta de luz e à leve queda nos preços de alguns alimentos. Por outro lado, fevereiro registrou o maior aumento mensal, de 0,83%, influenciado pelo reajuste das mensalidades escolares.
Desafios e expectativas
Os resultados de 2024 ressaltam os desafios em manter a inflação sob controle. A meta para 2025 já foi definida, mas especialistas alertam que será necessário implementar medidas eficazes para conter pressões externas, como a volatilidade do câmbio, e internas, como os efeitos do clima na produção.
O objetivo é garantir maior estabilidade nos preços e proteger o poder de compra da população.