A previsão oficial para a inflação de 2025 foi revisada na segunda-feira (27) pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus, que é publicado semanalmente com base em projeções de instituições financeiras.

O índice, que antes era estimado em 5,08%, subiu para 5,5%, superando o teto da meta inflacionária definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A meta estabelecida para 2025 é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Assim, o teto permitido é de 4,5%. Ao ultrapassá-lo, o cenário reforça os desafios enfrentados pelo BC para controlar a alta dos preços em um ambiente de pressão sobre os custos de bens essenciais e serviços.

Por que a inflação de 2025 subiu?

A inflação de 2025 está sendo impulsionada principalmente pelo aumento nos preços de alimentos e serviços.

Esses itens, que têm grande peso na cesta de consumo das famílias brasileiras, vêm sofrendo com a alta do dólar, custos de produção elevados e outros fatores como eventos climáticos que afetam a oferta de produtos agrícolas.

Além disso, a instabilidade no cenário econômico global tem impactado o mercado interno, ampliando a percepção de risco e pressionando os preços.

O câmbio desfavorável, com o dólar projetado para se manter em torno de R$6 até o final do ano, também contribui para o encarecimento de produtos importados e insumos.

Revisões para os próximos anos

As projeções de inflação para os anos seguintes também sofreram ajustes no Boletim Focus. Para 2026, a estimativa passou de 4,1% para 4,22%.

Já para 2027 e 2028, as previsões são de 3,9% e 3,73%, respectivamente, patamares que, embora mais controlados, indicam desafios em convergir para o centro da meta de 3%.

Selic como principal ferramenta

Para conter a inflação, o Banco Central utiliza a taxa Selic como instrumento principal. Atualmente fixada em 12,25% ao ano, a Selic foi elevada na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em dezembro de 2024.

Esse foi o terceiro aumento consecutivo, marcando uma reversão no ciclo de cortes que prevaleceu durante parte de 2023 e início de 2024.

A decisão de aumentar a taxa básica de juros visa reduzir a demanda na economia, desestimulando o consumo e o investimento por meio do encarecimento do crédito. Com isso, espera-se diminuir a pressão sobre os preços.

O Copom já sinalizou que novos aumentos na Selic podem ocorrer nas próximas reuniões, caso as projeções de inflação continuem subindo.

Atualmente, o mercado prevê que a taxa atinja 13,25% ao ano nos próximos meses e possa chegar a 15% até o final de 2025.

Impactos no crescimento econômico

Apesar da alta na inflação e nos juros, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 2,06% em 2025, segundo o Boletim Focus, uma leve revisão para cima em relação à projeção anterior de 2,04%.

Os números indicam que setores como serviços e agropecuária continuam puxando o desempenho da economia.

Para os anos seguintes, as estimativas apontam crescimento de 1,72% em 2026 e de aproximadamente 2% em 2027 e 2028.

Apesar da desaceleração esperada, o país vem mostrando resiliência em meio às adversidades econômicas.

inflação de 2025 – O que esperar daqui para frente?

Com a inflação de 2025 superando o teto da meta, o Banco Central deve manter uma postura firme em sua política monetária.

O primeiro trimestre será decisivo para avaliar se as medidas em curso serão suficientes para controlar os preços ou se ajustes adicionais serão necessários.

Enquanto isso, os consumidores sentem os efeitos da alta dos preços, especialmente em alimentos, transporte e serviços básicos.

A situação exige atenção de gestores públicos, investidores e famílias, que precisam se adaptar a um ambiente de custos elevados e crédito mais caro.