Uma pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (19) indica que 93% dos agentes do mercado financeiro acreditam que a política econômica do Brasil está na direção errada.
Além disso, 83% dos entrevistados preveem uma piora na economia nos próximos 12 meses, enquanto 13% acham que ela permanecerá estável e apenas 4% esperam melhora.
O levantamento ouviu 106 fundos de investimento sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro entre os dias 12 e 17 de março. Entre os participantes estão gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro. A margem de erro da pesquisa é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos.
Lula é visto como principal responsável
Quando questionados sobre os responsáveis pelo rumo da economia, 92% dos entrevistados apontaram o presidente Lula. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi citado por 5%, enquanto o Congresso Nacional apareceu com 2% e o Banco Central, com 1%.
O descontentamento com o governo também reflete na avaliação do presidente. Segundo a pesquisa, 88% dos agentes financeiros consideram a gestão de Lula negativa, 8% avaliam como regular e apenas 4% a consideram positiva.
A insatisfação também atinge o ministro da Fazenda. A percepção negativa sobre Haddad cresceu de 24% em dezembro de 2024 para 58% agora, enquanto sua avaliação positiva caiu de 41% para 10% no mesmo período.
Risco de recessão e juros em alta
Os entrevistados demonstram preocupação com o cenário econômico para os próximos meses:
- 58% acreditam que o Brasil corre risco de entrar em recessão.
- 82% preveem que a inflação será maior do que em 2024.
- 87% esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente a taxa Selic em 1 ponto percentual.
Por outro lado, a atuação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, recebeu avaliações mais equilibradas. 45% dos entrevistados consideram seu trabalho positivo, 41% acham regular e 8% avaliam como negativo.
Eleições 2026: Lula é candidato, mas não favorito
A pesquisa também perguntou sobre as expectativas para as eleições presidenciais de 2026. 60% dos agentes financeiros acreditam que Lula será candidato à reeleição, mas 66% não o consideram o favorito para vencer.
Entre os fatores apontados como mais relevantes para a queda de popularidade do presidente estão a alta nos preços dos alimentos (64%), equívocos na política econômica (56%) e o aumento de impostos (41%).
Com a economia no centro das preocupações, o cenário político e financeiro deve seguir instável nos próximos meses.