As retiradas da caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 15,44 bilhões no ano passado, segundo relatório divulgado pelo Banco Central (BC).
Apesar do saldo negativo, esse foi o melhor resultado dos últimos quatro anos. No total, os brasileiros sacaram R$ 4,21 trilhões e depositaram R$ 4,17 trilhões ao longo de 2024.
Captação positiva em dezembro
Em dezembro, a situação foi diferente. Os depósitos superaram as retiradas no último mês do ano. Foram aplicados R$ 400,14 bilhões, enquanto os saques somaram R$ 395,18 bilhões.
Isso resultou em uma captação líquida de R$ 4,96 bilhões no mês, marcando uma recuperação parcial no desempenho da poupança.
Rendimento da poupança e saldo anual
A poupança rendeu R$ 64,29 bilhões em 2024, elevando o saldo total para R$ 1,031 trilhão. Apesar disso, o ano fechou com um déficit líquido de R$ 87,81 bilhões. Esse valor é menor que os déficits registrados em 2022 e 2021, que foram de R$ 103,24 bilhões e R$ 35,5 bilhões, respectivamente.
Destino dos recursos
O relatório do BC também analisou os recursos aplicados em setores específicos. No crédito imobiliário, por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), os depósitos alcançaram R$ 343,25 bilhões, enquanto os saques ficaram em R$ 340,57 bilhões. Isso gerou uma captação líquida de R$ 2,672 bilhões.
Já no crédito rural, foram depositados R$ 56,89 bilhões e retirados R$ 54,60 bilhões, resultando em um saldo positivo de R$ 2,286 bilhões.
Contexto e implicações
Especialistas apontam que a queda nas retiradas em dezembro pode indicar maior confiança dos investidores, especialmente após um ano de instabilidade econômica.
A poupança continua sendo uma escolha popular entre os brasileiros, devido à sua segurança e isenção de impostos para pequenos rendimentos.
Por outro lado, analistas destacam que os baixos rendimentos, em comparação com outras opções de investimento, tornam a poupança menos atrativa em cenários de alta inflação ou taxas de juros elevadas.
Ainda assim, ela mantém relevância no financiamento de setores importantes, como habitação e agronegócio, que dependem diretamente desses recursos.
A evolução nos próximos meses dependerá das condições econômicas e da política monetária. Uma eventual queda nos juros pode incentivar mais depósitos, enquanto a inflação elevada tende a pressionar novas retiradas.